Artistas, escritores, poetas, romancistas, pintores, ficcionistas em geral, inventores e cientistas são por natureza futuristas. Qualquer semelhança seria mera coincidência? Nada a ver, ou tudo a ver? Certo é que observando a imagem desse laboratório fomos remetidos a Inhotim, mais especificamente a essa obra de Tunga. Pelo sim, pelo não, vale conferir e aprender um pouco mais sobre Astronomia. (Clique nas fotos para melhor contemplar a obra do arista e ler a legenda).
Astronomia: Conheça os neutrinos
POR
SALVADOR NOGUEIRA
Partículas
vindas dos confins do cosmos estão trespassando seu corpo
agora, sem você sentir.
Imagem
do Hubble revela o que restou da supernova que detonou em 1987 e teve
alguns de seus neutrinos detectados aqui na Terra. (Crédito:
Nasa/ESA/STScI)
OS
INVASORES DO ESPAÇO
Pode não parecer, mas neste exato momento o seu corpo está sendo atravessado por trilhões de partículas minúsculas vindas do espaço, a maioria delas emitida pelo Sol. Elas são tão pequenas que passam direto, como se você fosse transparente. São os neutrinos.
Pode não parecer, mas neste exato momento o seu corpo está sendo atravessado por trilhões de partículas minúsculas vindas do espaço, a maioria delas emitida pelo Sol. Elas são tão pequenas que passam direto, como se você fosse transparente. São os neutrinos.
INHO
É APELIDO
Os motivos para o neutrino ser tão discreto são dois. O primeiro é o tamanho. Ele é tão diminuto que, se ele fosse uma bola de golfe, um átomo de hidrogênio — o menor que existe –, seria do tamanho do Sistema Solar.
Os motivos para o neutrino ser tão discreto são dois. O primeiro é o tamanho. Ele é tão diminuto que, se ele fosse uma bola de golfe, um átomo de hidrogênio — o menor que existe –, seria do tamanho do Sistema Solar.
E
VOCÊ É BASICAMENTE NADA
E não custa lembrar que um átomo, assim como o Sistema Solar, é mais de 99% composto por espaço vazio. Sim, você é feito de átomos e, portanto, também é 99% feito de vazio. E é por isso que os neutrinos atravessam você numa boa.
E não custa lembrar que um átomo, assim como o Sistema Solar, é mais de 99% composto por espaço vazio. Sim, você é feito de átomos e, portanto, também é 99% feito de vazio. E é por isso que os neutrinos atravessam você numa boa.
EM
CIMA DO MURO
E tem um outro motivo que o torna ainda mais difícil de detectar. O neutrino, como o nome já diz, não tem carga elétrica — é neutro. Então, ele praticamente não interage com as outras partículas, nem de longe. Para os neutrinos, o Universo inteiro é transparente.
E tem um outro motivo que o torna ainda mais difícil de detectar. O neutrino, como o nome já diz, não tem carga elétrica — é neutro. Então, ele praticamente não interage com as outras partículas, nem de longe. Para os neutrinos, o Universo inteiro é transparente.
PEQUENOS
NOTÁVEIS
Apesar de discretos, os neutrinos são importantes em fenômenos colossais, como no fim da vida de uma estrela de alta massa. Chamamos esse evento de supernova. Quando uma estrela muito maior do que o Sol esgota seu combustível, ela explode. Enquanto seu núcleo se contrai pela força da gravidade, há uma brutal fuga de neutrinos de dentro dela.
Apesar de discretos, os neutrinos são importantes em fenômenos colossais, como no fim da vida de uma estrela de alta massa. Chamamos esse evento de supernova. Quando uma estrela muito maior do que o Sol esgota seu combustível, ela explode. Enquanto seu núcleo se contrai pela força da gravidade, há uma brutal fuga de neutrinos de dentro dela.
PEGOS
NO FLAGRA
Em 1987, a emissão de neutrinos (e a luz) de uma supernova que explodiu na Grande Nuvem de Magalhães havia 168 mil anos chegou à Terra. Mais de cem trilhões de neutrinos vindos da detonação atravessaram o corpo de cada pessoa viva naquela época. Sem ninguém sentir nada, exceto enormes detectores, que registraram apenas um punhado deles para contar a história.
Em 1987, a emissão de neutrinos (e a luz) de uma supernova que explodiu na Grande Nuvem de Magalhães havia 168 mil anos chegou à Terra. Mais de cem trilhões de neutrinos vindos da detonação atravessaram o corpo de cada pessoa viva naquela época. Sem ninguém sentir nada, exceto enormes detectores, que registraram apenas um punhado deles para contar a história.
A
coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras,
na Folha Ilustrada.
Brilhante reportagem!Gosto muito de astronomia.Parabéns mais uma vez!
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